quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

Debate sobre o Desporto Escolar

O CNAPEF (Conselho Nacional das Associações de Professores e Profissionais de Educação Física), a SPEF (Sociedade Portuguesa de Educação Física) e o Departamento Curricular de Educação Física da Escola Secundária de Camões vão realizar, no dia 25 de Janeiro de 2006, entre as 14.30 e as 17.30 horas, na Escola Secundária de Camões, um debate sobre o Desporto Escolar.
Este debate, intitulado “A Organização Escolar do Desporto – Que Futuro?”, tem como principal objectivo analisar os problemas de enquadramento, organização e qualidade do Desporto Escolar nas nossas escolas e perspectivar o seu desenvolvimento futuro. Para participar num painel de reflexão que integra esta iniciativa foram convidados o Sr. Secretário de Estado da Educação Professor Doutor Valter Lemos, o Sr. Presidente do Instituto de Desporto de Portugal Professor Doutor Luís Bettencourt Sardinha, o Senhor Presidente da CONFAP e representantes do CNAPEF e da SPEF.Pela actualidade e importância que esta temática apresenta, nomeadamente na formação dos nossos alunos, a organização decidiu convidar, em especial, os Presidentes dos Conselhos Executivos, os Coordenadores dos Departamentos Curriculares de Educação Física e os Coordenadores do Desporto Escolar das escolas abrangidas pela DRE de Lisboa e, também, personalidades reconhecidas pelo trabalho desenvolvido nesta área.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

A Educação Física no 1º Ciclo não é o catering da cantina …

A Educação Física no 1º Ciclo não é o catering da cantina …
É inquestionável que muito há a fazer para que a regularidade e o carácter sistémico da prática da EF nas escolas do 1º CEB beneficie plenamente a totalidade das crianças que a frequentam. Mas isso não é sinónimo de entendermos que “o mercado” é a solução para o problema.
O Ministério da Educação (ME) com base no programa de generalização do Inglês no 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) como actividade extra-curricular entende que “o projecto é para alargar a outros anos e outras disciplinas” acrescentando desejar “criar programas idênticos para outras disciplinas, como a Educação Física”(1). A Educação Física (EF) é uma área curricular obrigatória em todos os níveis do sistema de ensino em Portugal. Como tal não é transferível para componente extra-curricular na escola do 1º CEB. É nosso entendimento de que as mudanças curriculares não podem, nem devem estar ao sabor de vontades circunstanciais. Elas devem corresponder a consensos legitimados pela escola, pelos professores e pelo reconhecimento do seu papel social na formação de gerações de cidadãos. Possuindo responsabilidades formativas ao nível do desenvolvimento da personalidade da criança, do estímulo ao prazer e descoberta de novas competências motoras, do desenvolvimento das suas capacidades motoras, da partilha e fruição de actividades físicas e desportivas pautadas por valores ético-desportivos. A EF não é a mera animação desportiva, para descarregar energias acumuladas. Neste sentido não está à venda, nem disponível para ser uma área de negócio potencial, em que a subcontratação substitui imperativos decorrentes do normal e efectivo trabalho da escola e dos seus professores. É inquestionável que muito há a fazer para que a regularidade e o carácter sistémico da prática da EF nas escolas do 1º CEB beneficie plenamente a totalidade das crianças que a frequentam. Mas isso não é sinónimo de entendermos que “o mercado” é a solução para o problema. Pelo contrário, será mais um passo no aprofundamento da “marginalização da EF” na escola do 1º CEB com efeitos deveras nefastos e incalculáveis no futuro.As finalidades educativas da EF no 1º CEB merecem que esta área seja desenvolvida no contexto da vida de cada escola e de cada turma, sob pena de fomentar a sua marginalização. Contribuir para o desenvolvimento global das crianças que frequentam a escola do 1º CEB em termos cognitivos, sócio-afectivos e motores, também exige a EF na vida de alunos, de professores e das suas escolas.A eventual intenção do ME de colocar a área curricular de EF – que paralelamente com o Português e a Matemática acompanham o aluno português do 1º ao 12º ano de escolaridade – ao nível do mero fornecimento de serviços como as refeições na cantina escolar, releva da desqualificação das suas finalidades educativas para as crianças do 1º CEB. Apesar de reconhecermos a área de EF como problemática, o caminho a realizar para uma melhor EF no 1º CEB nunca pode passar pela sua exclusão do currículo obrigatório. A EF existe na escola do 1º CEB desde 1873, reconhecida como área do currículo. Como podemos chegar a 2005 e pretender desqualificá-la? Transformá-la em componente extracurricular? Fazer dela um produto ao sabor da “oferta do mercado” ou da “prestação de serviços”?Os alunos portugueses não são diferentes dos seus colegas europeus. Têm direito a beneficiar para o seu desenvolvimento de uma EF integrada no currículo obrigatório, de forma a garantir a sua prática regular e sistemática.- O que fez o ME ao longo dos anos para a qualificação da EF no 1º CEB?- Que atitudes assumiu perante as inúmeras “situações esquisitas” de invasão curricular da EF no 1º CEB por parte de estranhos à escola?- Que indicações foram dadas às escolas pelas suas diferentes estruturas sobre o desenvolvimento da EF no 1º CEB?- Que orientações foram sugeridas pela Inspecção-geral de Ensino para o desenvolvimento desta área no 1º CEB?- Que exigências foram colocadas às Câmaras Municipais para a requalificação dos espaços, equipamentos e materiais imprescindíveis para uma EF de qualidade no 1º CEB?É tempo de pensar o desenvolvimento estratégico da área de EF no 1º CEB (á semelhança do que já foi feito noutras, como por exemplo na Matemática), pois a base começa aqui. Os alicerces de aprendizagem e desenvolvimento para o futuro de cada criança iniciam-se com aquilo que de bom e de mau lhe proporcionamos na escola do 1º CEB. Também é assim na Educação Física…

terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Ginástica nas Escolas do 1º Ciclo

No site: http://www.educare.pt/, está publicado o seguinte artigo:
"Ginástica nas escolas (02.01.2006)
Depois de o Ministério da Educação ter anunciado a contratação de monitores de tempos livres para as escolas do 1.º ciclo, a Federação de Ginástica de Portugal lançou o programa Play GYM.
A decisão do Ministério da Educação de proceder à contratação de animadores para assegurar as actividades extracurriculares no prolongamento do horário no 1.º ciclo - como desporto, expressão plástica ou educação musical -, levou a Federação de Ginástica de Portugal (FGP) a lançar o "Play GYM".Trata-se de um programa de desenvolvimento gímnico, que tem como principal objectivo "tornar a ginástica divertida e contribuir para um bom desenvolvimento da criança". Com este programa de ensino da ginástica, o "Play GYM" tem organizado diversas actividades, desde momentos de dinamização gímnica até projectos mais sistematizados e permanentes, tanto para autarquias como para escolas. Com uma equipa de 700 técnicos credenciados, a FGP pretende assim responder às necessidades das escolas para a ocupação não só da extensão curricular das 15h30 às 17h30, como também de classes gímnicas para os ATL depois das 17h30.Para usufruir deste programa, os conselhos executivos deverão estabelecer protocolos com as autarquias, associações de pais e instituições que actualmente asseguram os ateliers de tempos livres, à semelhança do que já acontece com o ensino do Inglês nos 3.º e 4.º anos."
Perante tal situação, gostariamos de colocar apenas uma pergunta: Porquê a contratação de animadores, cuja aptidão pedagógica poderá suscitar duvidas, quando as listas de professores não colocados pelo Ministério da Educação contém centenas de Licenciados (com licenciaturas homologadas pelo M.E.) nas áreas em questão?