quarta-feira, 13 de junho de 2012

Redução das horas de educação física, um desabafo…

O texto que aqui apresentamos foi-nos enviado por uma colega que, como nós, está preocupada com as implicações das medidas recentemente apresentadas pelo ministério.

"Tendo em conta a triste realidade em que vivemos e o estado de saúde que os nossos
jovens apresentam penso ser inadmissível esta tentativa de redução de horas dedicadas ao
exercício físico orientado por profissionais. Quando a Organização Mundial de Saúde preconiza
mais tempo para a educação física nas escolas por cá fazemos exactamente o contrário.
O que está em causa não são só os postos de trabalho mas algo mais profundo, é o
direito dos jovens a terem acesso a condições que lhes proporcionem um desenvolvimento
completo, tanto ao nível do bem estar físico como do bem estar mental. É o facultar às nossas
crianças e jovens o direito à saúde.
Tanto se fala da obesidade infantil e na adolescência, que somos dos países com maior
índice de prevalência, mas não vejo vontade política de alterar o estado de coisas, antes pelo
contrário, tapa-se o sol com a peneira, depois mais tarde logo se verá o que fazer. Mas mais
tarde é efectivamente tarde demais, o mal está feito, os malefícios de uma adolescência com
excesso de peso já não voltam atrás, nem fisicamente nem psicologicamente.
Não percebo este país em que vivemos, em vez de se apostar na prevenção, na criação
de hábitos saudáveis tanto ao nível da prática regular de actividade física como ao nível
alimentar, não, desvalorizamos e rebaixamos aquilo que ainda poderíamos usar como “arma”
as aulas de educação física e o desporto escolar que estão abertas a todos os alunos e em que
todos têm igualdade de oportunidade para poderem realizar exercício físico orientado.
Estamos a andar de cavalo para burro… É uma vergonha…"

Paula Brites Cunha

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